Poizé, reparei que na breakpoint eram muitos poucos os tipos com idade < 20 anos. Devem-se contar pelos dedos das mãos. E que a grande maioria eram mesmo old farts a queixarem-se de que a scene está morta.
Reparo, no entanto, que as artes digitais estão a crescer a um ritmo bastante elevado um pouco por todo o mundo. Processing, openframeworks, flash, max/msp, vvvv, blender, maya, 3dsmax, entre outras ferramentas, têm comunidades de criativos/programadores/artistas bastante activas, muitas vezes compostas por adolescentes com vontade de experimentar.
A meu ver, daquilo que posso depreciar, isto deve-se a uns quantos factores, os quais enumero:
Parece-me óbvio que se a coisa permanecer como está vai acabar por morrer. Parece-me óbvio que isto é óbvio para quem está "na scene". Então e que tal fazermos algo em relação a isto ? (aceitam-se sugestões :P)
Código é para maricas. Se tens olhos na cara conswegues perceber como se fazem as coisas. Além disso nas parties há bastante troca de conhecimentos se quiseres perguntar a alguem.
Se queres que alguem faça as coisas por ti estás no sitio errado :P
oh meu caro Hugo...
tens de perceber que a scene começou com putos egocêntricos a mostrar que conseguiam crackar jogos e fazer gandas assinaturas. pouco mudou.
mas respondendo aos teus argumentos:
1 - também vês pouca publicidade do sado-masoquismo em locais não relacionados com o sado-masoquismo. sim, é uma sub-cultura underground. e daí? se fosse mainstream já não tinha tanta piada...
2 - é suposto criares as tuas próprias tools, se necessitares. tudo o que precisas é de um sistema operativo e de um compilador. faz parte do esforço do programador da scene.
3 - sim. mas mais uma vez, é suposto. há um ênfase muito grande na novidade tecnológica e técnica - não é a mesma coisa - na demoscene, a par do ênfase na criação artista. na demoscene, estes dois factores são indissociáveis. logo, se há competição sobre quem faz melhor código, OBVIAMENTE que não haverá partilha.
4 - não acho que se deva formatar a criação desse modo. cada um é livre de criar os processos que bem entender. faz parte da scene.
5 - EPSOOOOON!!! os gritos de guerra das demoparties são como os urros dos macacos na selva, é uma forma de comunicação, para se sentirem seguros e dentro da comunidade. ora, isto é muito saudável.
6 - quando se tem skills, é-se leet. quando se é leet, tem potencial criativo/técnico infinito. e isso impõe respeito. e respeito é bonito. e os amigos respeitam-se. e mais, não esquecer que praticamente todos os sceners são nerds, geeks com algumas inaptidões sociais, e a arrogância é um modo de auto-defesa.
7 - pois és. também o xernobyl era há 4 anos atrás. e no entanto é dos maiores trolls da pouet e um dos mais respeitados. por isso, não te preocupes.
e a scene está a envelhecer, mas nunca vi tantos bebés numa demoparty como na breakpoint!! como vês, nothing to worry about. :)
quanto à partilha, acho que existe bastante na demoscene, se queres mesmo saber como se faz dado efeito o que não falta é pessoal disposto a ajudar. mas não to vão programar por ti, e tens de socializar, conhecer as pessoas e haver respeito mútuo, não é só pedir ajuda e mandar bocas quando não a obtiveste.
de resto também há paletes de sourcecode disponivel e tools para criar demos e intros. se queres mesmo fazer coisa é só começares a mexer-te nessa direção, há é falta de gente que lhes pega com intenções sérias de realmente fazer alguma coisa. ou talvez até peguem e depois desanimem facilmente por acharem que nunca chegarão a fazer nada de realmente criativo ou inovador sem grande investimento pessoal e dedicação sobre-humana.
alias, hoje em dia a maior parte dos efeitos são programados com pixelshaders, e o sourcecode disso está quase sempre disponivel em aberto nas directorias de data da demo. vê as demos dos asd ou dos mfx por exemplo. quem se der ao trabalho de brincar a sério com isso referências não faltam. e se não és programador faz como o puto dos Quite e usa o vvvv para desenvolvimento e vj dos shaders, depois é só pedires a um programador para recriar num .exe com a tua timeline.
Eu não partilho código, era contra produtivo, alguém que visse os bugs do código "mijava-se" a rir e depois não fazia nada.
Mas isso do código é tanga, porque já existe mais do que suficiente código a proliferar na net, francamente é só juntar retalhes e bimbas. Afinal de contas o código tb é a identidade do grupo, digo eu ..
Mas ei de postar o source do meu motor, mas duvido que sirva para alguma coisa :P
E já agora, old farts é pessoal com mais de 20 anos, bolas eu cheguei a scene em 07, ainda tinha 21 anos catano, não me metas já a um canto :P
Não, é mesmo ppl de 30 para cima.
hmm, e remover "a competição" das parties ?
As parties não teriam votação, sendo na sua essência uma mostra de obras. As obras são o que são, não há primeiras nem últimas, nem melhores, nem piores. Apenas uma amálgama de criação amigável, em que toda a gente partilha código e se esforça por um objectivo comum:
o avanço da humanidade enquanto entidade expressiva.
We are all connected
Como é que comparavamos o tamanho dos nossos e-penises virtuais assim?
demoparties sem competicoes chamam-se festivais e conferencias de arte digital. ha uns quantos por ai, mas olha que o elitismo arrogante e o self-hype abunda por igual. felizmente ha sempre uns quantos mais humildes e inteligentes pelo meio, e esses é que acaba por valer a pena conhecer. :)
a humanidade é por definição competitiva e visa a segregação e culto do ego pessoal e do grupo onde se insere o individuo. não há muito a fazer contra isso. tás a pedir aos peixes para deixarem de nadar ao se deslocarem. ha-de haver alguns que conseguem mas a maior parte nao coiso e muita gente nao os classificaria como peixes.